domingo, 25 de novembro de 2012

Cheiro de carro novo



Me  disseram  que o cheiro de carro novo é um aroma criado por cientistas para aumentar a satisfação da compra. Deixar o cliente ainda mais embriagado na hora de rodar a chave pela primeira vez e curtir o automóvel. E o cheirinho é bom mesmo. Não tem nada que se pareça com ele. Mais uma prova de que nossos instintos  primitivos ganham vida, ou ressuscitam, através do nariz.

Eis  um item a favor das concessionárias de carros zero quilômetro. Para desespero das cada  dia mais lotadas garagens de usados. Por mais que aquele Corolla esteja lindão, tenha sido de uma dona só, sua quilometragem seja a de um carro quase novo, ele não tem o cheiro. Pode até ter um aromazinho daquelas árvores com a bandeira dos Estados Unidos, que há quem garanta que servem para perfumar o carro. Mas não é O cheiro... O hummmm, cheirinho de carro novo, que falam assim que você convida os amigos e parentes para entrar e sentar no banco ainda com plástico.

Aliás, as quatro rodas com motor exercem sobre o homem um fascínio quase sensual. As mulheres até falam sobre como é gostoso o cheirinho, mas não compram por causa dele. Nem em função do status, ou do motor, ou da pesquisa que saiu e mostra que aquela é a compra do ano. Os homens não! Além  disso tudo, nós ainda temos a lembrança do Opala do pai, ou o Fusca que a um dia a família teve. E nem  lembro se naquela época o cheirinho já existia. Até porque nunca tivemos um carro zero.

Esta semana, quando saí da loja com um carro novo, respirando fundo para cheirar todo ele, lembrei dos fuscas, opalas e até da Brasília 76 que  ajudou a família a rodar uma boa temporada. A Caravan com câmbio em cima, o Zé do Caixão do seu Benedito. Conhece o carro?  O apelido nasceu por conta das alças para o passageiro segurar. Como ele tinha as quatro, incluindo a do motorista, passou a ser chamado assim e não teve jeito. Mas era um Volkswagen simpático. Meu pai adorava o dele. Bege e preto. Um show!

Para o ex-presidente  Collor todos esses eram do tempo das carroças. Foi assim que marcou época: abrindo o mercado para modernizar a frota brasileira e caindo do trono por causa de uma Fiat Elba. Seu legado modernizou a indústria nacional e escancarou a chegada de modelos do mundo todo. Lindos, pequenos, grandes, modernos, robóticos, seguros e cheirosos. Todos eles. Na hora da loja e uns dias depois da compra, o cheiro é a certeza de que o motor tem muitos cavalos,  mas o aroma nada tem a ver com carroça.
Só precisamos cuidar para que a sensação de prazer da compra não 
vire um desespero para pagamento de dívidas. Ou pagamento de despesas com acidentes e hospitais.
Carro novo é bom. O cheiro, hummmm, sensacional. Mas é só um veículo. Serve para levar e trazer. Não pode se tornar um deus ou uma arma. Nem substituir valores maiores e mais duradouros. Alguns deles com cheiro de amor. Que é muito mais gostoso!!


sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Hospital de Câncer de Barretos, o milagre de encolher o mapa e salvar vidas



O ambiente não lembra nem um pouco o de um Hospital que atende pelo Sistema Único  de Saúde.  Dizer que trata-se de um lugar onde ninguém paga nada é algo difícil de acreditar. Mais de três mil atendimentos por dia, com os mais modernos equipamentos, equipes especializadas e 250 médicos em regime exclusivo. Só mesmo uma história de amor, em  50 anos de trabalho, credencia o Hospital de Câncer de Barretos a ser a referência que é, sem dever nada para ninguém.
Em seus  104 mil metros quadrados de área construída e algumas unidades atendendo em outras cidades brasileiras, o  Hospital, dirigido pela Fundação Pio XII, é um dos mais aclamados centros de oncologia da América Latina. Seu trabalho, baseado no tripé Prevenção, Tratamento e Pesquisa,  alcança resultados tão excelentes que motiva artistas, empresas, criadores de gado, voluntários e coordenadores de todos os cantos do Brasil a se empenhar para lutar pela cura de mais e mais pessoas. Só no ano passado foram feitos  540 mil atendimentos.
E Rondônia tem tudo a ver com isso: 95% dos casos de câncer do Estado estão sendo tratados pelos profissionais do HCB. Por conta disso, em 2011, a Fundação decidiu que era hora de diminuir distâncias. Colocou em atividade a Unidade de Porto Velho. Hoje ela já atende 70 pacientes diariamente. E minimiza o sofrimento de pelo menos 2.500 rondonienses que teriam que se deslocar para o interior de São Paulo.
Se existe um povo que tem uma dívida de gratidão com o Hospital de Barretos, esse povo é o que forma Rondônia. O terceiro Estado brasileiro em número de atendimentos e proporcionalmente o que mais recebe benefícios. E que benefícios! O padrão alcançado, os protocolos seguidos, o amor e a dedicação de quase três mil funcionários são ingredientes de uma receita que poucos lugares tem a oferecer.
E agora com um toque de emoção e cuidado ainda maior. Inaugurado em maio de 2012, o Hospital Infantojuvenil está ampliando o atendimento que já era dado a crianças e adolescentes de todo o país. Com base nos princípios do maior hospital oncológico infantil do mundo, o norte-americano St. Jude, a unidade em Barretos desafia os números e passa a comandar uma série de ações para prevenir o câncer o mais cedo possível. Ferramenta indispensável na busca para chegar ao nível que o os americanos alcançaram;  o St. Jude   cura  93% das crianças atendidas lá. O Brasil está longe disso. Não chega nem na metade. Mas pode conseguir. O que Barretos está oferecendo, seu padrão, sua busca incessante pelas respostas rápidas e altas dosagens de amor, podem mudar o quadro da doença e trazer vida para muita gente. O futuro de Rondônia agradece!