Pouca coisa ou quase nada está acontecendo. Ao menos é
essa a impressão que passam alguns dos principais sites do país. A Copa e seus
entornos tomaram conta da mídia e só o que acontece por lá parece ser o fato.
Nada contra o mundo da bola, pelo contrário; gosto de futebol desde que meus
tios, pai, padrinho e amigos me deram 11 bolas no aniversário de primeiro
aninho. Todos acreditando que mais um craque havia nascido...triste ilusão.
O problema não é a bola, nem a competição, que aliás
apresenta um nível elevado tecnicamente e boas partidas quando o assunto é
esquema tático e a inteligência do jogo. A questão que incomoda é a maneira com
que o usuário-leitor-internauta-consumidor é tratado.
A manchete que mostra a paraguaia Larissa Riquelme se
vangloriando de ter furado a fila com a ajuda de "oficiais" no
aeroporto lotado é emblemática. A moça, que um dia alguém decidiu escolher como
a musa da Copa de 2010, conseguiu mais uma vez virar notícia. Agora, mesmo
sendo made in Paraguay, mostrou ginga num autêntico jeitinho brasileiro.
Driblou a segurança enquanto dezenas de "não-musos e musas" tiveram
que esperar a burocracia nas emperradas filas. Algo comum nos péssimos
aeroportos brasileiros.
Pra piorar, além de não acrescentar nada além da
indignação e do vazio que uma notícia dessas representa, os destaques do
Mundial 2014 são, em sua maioria, dignos
de Caras ou tapas na cara.
Veja o caso do mascote Fuleco, por exemplo: não
apareceu nos estádios, ninguém viu na abertura do evento e possivelmente será o
grande ausente até o final. Tudo porque a Fifa não teria cumprido com sua parte
num acordo com entidades de defesa do tatu-bola, animal ameaçado de extinção e
que seria alvo das ações numa campanha com apoio financeiro da promotora da
Copa. O valor oferecido para ajudar na defesa do bichinho, não passaria de 300
mil dólares, parcelados em 10 anos.
Ong's e grupos de defesa não aceitaram por acharem ser muito pouco e o
Fuleco ficou encalhado. Já o animal, sinceramente, não sei se seria mesmo
ajudado.
Como ainda tem muita bola pra rolar e pouco tatú na
roça, vamos assistir aos jogos. No meu caso, sem a mesma paixão que um dia me
levava para a frente da TV. Talvez seja algo só comigo, um cara que anda cada
dia mais impaciente com o tamanho das filas e com nenhum silicone para furar a
defesa adversária...