Em algumas conversas a
frase acima aparece. Geralmente em tom de censura. Querem nos dizer que aquilo
que pensamos não tem sentido, não vale a pena, deve ser deletado; simplesmente
porque é coisa da nossa cabeça. Quem já não foi paralisado por uma voz familiar
dando essa sentença?
Mas será que o “coisa da sua cabeça” não é o caminho certo a
ser seguido? Talvez aparentemente a ideia soe um pouco original demais, ousada,
meio sem pé e sem cabeça. Não significa dizer que tenha que ser descartada. Algumas
das mais brilhantes criações teriam morrido se seus autores fossem congelados
pela acusação de ter algo dentro de suas cabeças.
Sim, claro que precisamos entender o mundo ao redor, suas convenções e o modo como as coisas funcionam. Princípios éticos, normas, verdades e possibilidades de cada segmento e contexto. Mas mesmo assim não podemos pura e simplesmente nos deixar levar pela socialização e padronização de ideias, conceitos, dogmas e paradigmas.
Talvez o que esteja na
sua cabeça seja realmente transformador. Poderá trazer avanços, cura,
libertação, alento, felicidade...
Por um momento me imaginei uma criança cheia de sugestões para o fechado e sinistro mundo dos adultos, onde os sonhos não tem vez. Essa criança criativa não deveria ter estagnado. Aliás, luto para que ela esteja viva e cheia de energia dentro de mim. Não posso acreditar e aceitar que sendo coisa da minha cabeça fique restrita e vegetativa.
Te convido a pensar sobre você nos dois mundos: naquele que está louco para expor os pensamentos e tentar, tentar, tentar até acertar, e no outro, o que simplesmente rechaça as doses de originalidade e bloqueia qualquer sinal de ambiente criativo e inovador, a partir das cabeças que o cercam.
Cuidado, isso pode ser
coisa só da sua cabeça!