Estávamos numa sessão
do Amana Coaching Insights quando Oscar Motomura fez algo que sabe construir
com maestria: provocou a audiência com suas perguntas e equações aparentemente
impossíveis. Na minha participação queria saber a opinião dele sobre como
empresas e governos devem fazer para lidar com a síndrome da grama do vizinho,
que por estar mais verde (nem sempre é verdade) acaba inevitavelmente trazendo comparações?
Em sua resposta ele me
ajudou a ganhar mais algumas milhas de conhecimento. Disse que mais importante
do que comparar nosso trabalho com essa ou aquela performance devemos optar por
uma Postura Olímpica. Ou seja, trabalhar, suar, treinar, aprender, competir
buscando superar as próprias marcas. Não necessariamente a competição direta
com a marca rival, a cidade do outro, o Estado vizinho. São nossos próprios desafios
que devem ser transpostos. O pódio terá muito mais sabor se tivermos a
convicção de que chegamos ali batendo nossos próprios recordes, suplantando
nossos limites.
No dia seguinte, após
essa aula on-line, já comecei a compartilhar com amigos esse conteúdo tão
precioso. Que tem uma profundidade incrível e ao mesmo tempo uma simplicidade
atlética. Ora, é de superação que estamos falando. Não necessariamente aquela
que precisa de um guia incentivando ou um líder ameaçando a punição infernal. A
postura acima é a de alguém disposto a encarar diariamente suas fraquezas. Uma pessoa
capaz de fazer um raio-x de seu próprio sistema operacional. Ver o que está
funcionando e o que tem dado defeito e derrubado as marcas. Qual o motivo do
cansaço, por onde anda aquele ânimo que um dia existiu.
Adotar uma postura
olímpica pode servir para a empresa. Seus agentes desnudando sua própria
caminhada até ali onde chegaram. Foi rápido o crescimento, ou existe um
processo de fadiga muscular? Um dia os números já foram melhores? E o clima no
ambiente profissional, já esteve mais com cara de linha de chegada ou dá pinta
de abandono das pistas?
Creio que tal provocação
sirva para o setor público também. Dá uma certa dor saber que cidades dão certo
e cidades fracassam. Países tornam-se referência de cultura, respeito à dignidade
humana e desenvolvimento social e países caem no meio da maratona e mal
conseguem prosseguir com passos vacilantes.
Gente também! Eu, você,
nossos colegas de trabalho ou membros da família. Talvez nosso contexto esteja
carecendo de um olhar mais apurado para o que diz o relatório pessoal de
resultados diários. E seja essa a hora de começar um novo preparo, para
vencermos a nós mesmos.